O relatório ‘Teaching and Learning International Survey – TALIS 2024’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) traça um retrato preocupante do ambiente escolar em Portugal.
A indisciplina foi apontada como uma “grande preocupação” por diretores escolares, como Filinto Lima, presidente da Andaep, que considera que os dados “pecam por defeito”. O estudo revela que os professores perdem mais tempo a manter a disciplina do que em 2018 e que as turmas mais problemáticas são frequentemente atribuídas aos docentes mais jovens e inexperientes, o que contribui para que 27% destes ponderem abandonar a profissão nos primeiros cinco anos.
A par da indisciplina, o excesso de trabalho administrativo é uma das principais fontes de stress. A agravar este cenário, o estudo “Diagnóstico de Necessidades Docentes de 2025 a 2034” prevê que, dos 122 mil professores atuais, apenas 76 mil permaneçam ativos até 2034/35, obrigando à contratação de cerca de 3.800 docentes por ano. A oferta formativa atual, no entanto, só garante cerca de metade das necessidades.
Em resposta, o Ministério da Educação celebrou protocolos com onze instituições de ensino superior para formar futuros professores, disponibilizando 27 milhões de euros até 2031 para aumentar o número de vagas.













