Este marco, revelado pela Polícia Judiciária (PJ), sublinha a intensificação da investigação e repressão do crime de incêndio florestal doloso no país. Segundo Avelino Lima, responsável nacional do Gabinete Permanente de Acompanhamento e Apoio (GPAA) aos incêndios florestais da PJ, este é "um recorde em toda a nossa história", alcançado num ano em que o número de ignições foi, paradoxalmente, mais baixo. O sucesso na aplicação da medida de coação mais gravosa é atribuído a um trabalho de investigação mais aprofundado, que permite produzir "uma prova mais cabal, mais demonstrativa da responsabilidade do autor". A colaboração com outras entidades, como a GNR, e o aumento do número de grupos de trabalho da PJ dedicados a esta matéria, de dois para cinco, foram fatores decisivos. Com provas mais robustas, a autoridade judiciária tem aplicado a prisão preventiva em cerca de 65% dos casos de detenção por fogo posto. Os dados revelam ainda outros recordes, como o número de mulheres detidas (18 em 88) e a detenção de um conjunto de pessoas "bastante seniores, com idades bastante avançadas e por ações dolosas inequívocas". Esta informação serve como um alerta público sobre a persistência do crime de incêndio e a resposta cada vez mais firme das autoridades.