A sobrecarga do serviço, agravada desde o início do ano, levanta sérias preocupações sobre o acesso dos utentes aos cuidados de saúde.

A investigação, conduzida por especialistas nacionais e estrangeiros, aponta que o aumento de funcionalidades atribuídas à linha, como a triagem obrigatória para as urgências, não foi acompanhado por um reforço proporcional de meios humanos e tecnológicos. Como resultado, a linha "opera acima da sua capacidade há mais de dois anos".

Os números são alarmantes: nos primeiros nove meses de 2025, já ficaram por atender aproximadamente 1,5 milhões de chamadas, um aumento drástico face às 140 mil do período homólogo de 2024. As projeções para o inverno são ainda mais preocupantes, com uma estimativa "conservadora" de cerca de 300 mil chamadas não atendidas por mês.

O problema reflete-se também no tempo de espera, com utentes a aguardar até 40 minutos pelo atendimento. Mário Amorim Lopes, um dos coautores do estudo, alerta para as consequências: "Se os tempos de espera continuarem a ser muito elevados isso fará com que as pessoas percam confiança no sistema e aí o que fazem?

Vão diretamente à urgência do hospital e isso é contraproducente".

Em resposta, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu os constrangimentos e garantiu que o serviço será reforçado.

"[De acordo com o] plano que nos foi apresentado é que este reforço vai acontecer este inverno", afirmou a ministra, citada pela SIC.

A operadora Altice já informou que só em outubro estão inscritos para formação 500 novos profissionais.