A Linha SNS 24 enfrenta um risco de sobrecarga persistente, com um estudo a estimar que cerca de um milhão de chamadas poderão ficar sem resposta durante os meses de inverno. A situação é agravada pelo facto de, nos primeiros nove meses de 2025, já terem ficado por atender aproximadamente 1,5 milhões de chamadas, um aumento drástico face às 140 mil do período homólogo de 2024. A sobrecarga do serviço deve-se a um aumento significativo da procura, impulsionado em parte pela obrigatoriedade da triagem telefónica para acesso a alguns serviços de urgência, sem um reforço proporcional de recursos humanos e tecnológicos. Um estudo de investigadores nacionais e estrangeiros, citado em vários artigos, alerta que a linha "opera acima da sua capacidade há mais de dois anos".
Os tempos de espera também atingiram níveis críticos, com utentes a aguardar até 40 minutos pelo atendimento, quando o objetivo seria não ultrapassar os 15 segundos. Esta situação, segundo especialistas, pode levar à perda de confiança no sistema, fazendo com que os utentes se desloquem diretamente às urgências hospitalares, contrariando o propósito da linha.
A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu os constrangimentos e garantiu que já foi solicitado um reforço do serviço para o inverno.
"Temos noção dos constrangimentos.
Pedimos aos SPMS [Serviços Partilhados do Ministério da Saúde] e à Altice, que é a nossa operadora da Linha SNS 24, foi que para o inverno fosse reforçada", afirmou a ministra, mencionando também a intenção de utilizar inteligência artificial para otimizar o atendimento.
Em resumoA Linha SNS 24 está sob forte pressão, com 1,5 milhões de chamadas não atendidas em 2025 e a previsão de um colapso no inverno. A causa é o aumento da procura sem o devido reforço de meios, o que levou a Ministra da Saúde a admitir as falhas e a prometer um reforço do serviço.