A Polícia de Segurança Pública (PSP) alertou para um aumento preocupante dos casos de tráfico de seres humanos em Portugal, abrangendo exploração laboral, sexual e um fenómeno que as autoridades descrevem como a "importação de crianças para adoção". A situação levanta sérias preocupações sobre a segurança e os direitos humanos no território nacional, mobilizando um reforço da vigilância por parte das forças de segurança. O diretor nacional-adjunto da PSP e responsável pela Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF), João Ribeiro, confirmou que Portugal é um "destino de tráfico de seres humanos" para múltiplas formas de exploração. Embora a competência de investigação pertença à Polícia Judiciária (PJ), a PSP desempenha um "papel fundamental em termos de prevenção" ao sinalizar situações suspeitas, especialmente nos aeroportos e nos grandes centros urbanos e litoral, em colaboração com a GNR e a PJ.
Os números sinalizados pela PSP são considerados "expressivos", embora nem todos configurem o tipo legal de crime.
Uma das vertentes mais alarmantes é a designada "importação de crianças para adoção", uma expressão que o próprio responsável da UNEF considerou "muito forte". A PSP está a detetar nos aeroportos situações em que "aparentemente familiares ou não familiares" chegam ao país com crianças em circunstâncias que levantam suspeitas, o que levou a um aumento da capacitação dos agentes para identificar estes casos.
A PSP rejeita, contudo, a ideia de uma "caça ao imigrante ilegal", sublinhando que a sua abordagem se pauta por uma "matriz de respeito e primado dos direitos humanos", focando-se numa "migração regulada, mas ao mesmo tempo humanista".
Em resumoA PSP identificou um aumento alarmante no tráfico de pessoas em Portugal para exploração laboral, sexual e um preocupante esquema de "importação" de crianças. As autoridades estão a reforçar a vigilância, especialmente nos aeroportos, e a colaborar com outras forças de segurança para combater estas redes criminosas.