Uma forte mobilização popular está em curso na região do Médio Tejo, com a recolha de perto de 20 mil assinaturas num abaixo-assinado que contesta o eventual encerramento da maternidade do hospital de Abrantes e da urgência pediátrica de Torres Novas. A iniciativa, liderada pela Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT), reflete a “indignação generalizada” perante um plano que ameaça a continuidade destes serviços essenciais. A contestação surge em resposta a um plano da Comissão Nacional da Saúde da Mulher e da Criança (CNSMC), entregue ao Ministério da Saúde, que propõe uma reorganização dos cuidados na Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo. O coordenador da CNSMC, Alberto Caldas Afonso, considerou publicamente que “não faz sentido” manter a obstetrícia em Abrantes e a pediatria em Torres Novas, uma visão que a CUSMT classifica como um grave prejuízo para a coesão territorial e para a saúde das populações.
O porta-voz da comissão, Manuel José Soares, destacou a surpreendente “adesão e militância de dirigentes, trabalhadores e cidadãos” à causa.
A CUSMT argumenta que os serviços em risco são vitais, apontando que a urgência pediátrica de Torres Novas realizou mais de 29 mil atendimentos em 2024 e a maternidade de Abrantes tem registado um aumento progressivo no número de partos.
Para além da petição, a comissão está a solicitar reuniões com diversas entidades, incluindo a Ordem dos Médicos, autarquias e grupos parlamentares, para que “façam alguma coisa para que o Governo não tome essa medida”.
Em resumoA ameaça de encerramento de serviços de maternidade e pediatria no Médio Tejo desencadeou uma forte contestação popular, materializada num abaixo-assinado com milhares de assinaturas. A Comissão de Utentes exige garantias do Governo sobre a manutenção destes serviços, alertando para os graves prejuízos sociais e de coesão territorial que um eventual fecho acarretaria.