O pastor Isidro Fernandes, proprietário dos animais, relatou à agência Lusa que o ataque ocorreu durante o dia, a cerca de cem metros da sua casa.

“Eu verifiquei no meu terreno lavrado que havia pegadas de pelo menos quatro lobos”, contou, explicando que os predadores “saltaram a vedação e entraram no local onde estavam as ovelhas que estavam prenhas”.

A frequência dos ataques nos concelhos de Vimioso e Miranda do Douro tem gerado um sentimento de impotência: “Há que fazer alguma coisa, porque andamos a trabalho e não sabemos para quem”, desabafou o pastor.

A ocorrência foi comunicada à GNR e ao Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

Segundo dados do ICNF de setembro, desde 2024 já tinham sido registados 32 ataques de lobos na região do Planalto Mirandês.

Especialistas apontam a falta de alimento, provocada pelos incêndios, e o facto de o lobo ser um animal “territorial” como possíveis causas para a aproximação dos animais às aldeias.

O lobo-ibérico é uma espécie protegida em Portugal, e em julho foi apresentado o Programa Alcateia 2025-2035, que prevê a revisão das indemnizações por ataques a gado para valores mais próximos dos de mercado.