Uma série de ataques de lobos a rebanhos no concelho de Vimioso, no distrito de Bragança, está a gerar um clima de preocupação e prejuízo entre os pastores locais. O mais recente incidente, ocorrido em Vilar Seco, resultou na morte de três ovelhas e em ferimentos graves noutras sete, com o proprietário a relatar ter encontrado pegadas de, pelo menos, quatro lobos. Este episódio é o quinto registado em pouco mais de um mês na região do Planalto Mirandês, onde os ataques se têm tornado mais frequentes e próximos das aldeias, aumentando a sensação de insegurança. O pastor Isidro Fernandes afirmou que o ataque ocorreu durante o dia, a cerca de cem metros da sua casa, e lamentou a recorrência da situação: “Os ataques têm acontecido com muita frequência no concelho de Vimioso e Miranda do Douro.
Há que fazer alguma coisa, porque andamos a trabalho e não sabemos para quem”.
As autoridades, incluindo a GNR e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), foram notificadas.
Especialistas contactados pela agência Lusa apontam a falta de alimentos, agravada pelos incêndios, como uma das possíveis causas para o comportamento dos lobos.
Sendo o lobo ibérico uma espécie protegida em Portugal com o estatuto de “em perigo”, a situação representa um desafio complexo de gestão de conflitos entre a vida selvagem e as atividades humanas. Em resposta, foi apresentado em julho o Programa Alcateia 2025-2035, que prevê a revisão das indemnizações por ataques a gado para valores mais próximos dos de mercado, numa tentativa de mitigar o impacto económico sobre os produtores.
Em resumoAtaques recorrentes de lobos a ovelhas no concelho de Vimioso estão a causar perdas económicas significativas e a aumentar a insegurança entre os pastores. Embora o lobo ibérico seja uma espécie protegida, a comunidade local apela a medidas eficazes para gerir o conflito e proteger os seus rebanhos.