A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) divulgou um relatório alarmante sobre os tempos de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no primeiro semestre de 2025, revelando que quase um milhão de pessoas aguardava por uma primeira consulta hospitalar. Este número representa um aumento de 25,6% em relação ao período homólogo de 2024 e constitui um aviso sério sobre as dificuldades de acesso aos cuidados de saúde em Portugal. Segundo os dados, mais de metade dos utentes em lista de espera (56,6%) já tinha ultrapassado os Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG).
A situação é particularmente crítica em áreas como a oncologia e a cardiologia.
A lista de espera para cirurgia oncológica aumentou 4,7%, ultrapassando os 7.500 doentes, com 19,5% dos operados a terem esperado para além do limite legal. Nas primeiras consultas de oncologia, apesar de uma redução na lista de espera, 57,9% dos doentes atendidos esperaram mais do que o legalmente estabelecido. Na cardiologia, o cenário é ainda mais grave, com 87,4% dos doentes em primeira consulta a enfrentarem tempos de espera superiores ao TMRG.
O relatório da ERS funciona como um alerta para a degradação do acesso ao SNS, evidenciando uma pressão crescente sobre os hospitais públicos e a necessidade de medidas urgentes para garantir uma resposta atempada aos utentes.
Em resumoUm relatório da ERS alertou para o agravamento das listas de espera no SNS, com quase um milhão de utentes a aguardar por uma primeira consulta e mais de metade a exceder os prazos legais. A situação é especialmente preocupante em áreas como a oncologia e a cardiologia, evidenciando falhas sistémicas no acesso aos cuidados de saúde.