Organizados pelo movimento “Porta-a-Porta”, os protestos visaram denunciar uma situação que descrevem como desesperante para milhares de famílias, com pessoas a aguardarem desde a madrugada por uma das poucas senhas de atendimento diário. Os manifestantes queixam-se de atrasos superiores a um ano no pagamento do Programa de Apoio Extraordinário à Renda (PAER) e no programa Porta 65 Jovem, bem como da inacessibilidade dos canais de comunicação do IHRU, como o telefone e a internet. Esta situação obriga os cidadãos a deslocarem-se presencialmente aos balcões de Lisboa e Porto, onde são distribuídas apenas 20 senhas por dia, dez de manhã e dez à tarde.

Maria Santos Godinho, uma cuidadora de 59 anos, relatou ter chegado às 04h45 para conseguir atendimento, afirmando que a situação “é pior que ir ao médico”.

A frustração é partilhada por muitos, que se veem forçados a escolher “entre pagar a renda ou comer”.

O próprio presidente do IHRU, António Benjamim Costa Pereira, reconheceu a gravidade do cenário, admitindo que a resposta está a falhar e descrevendo a demora na resolução dos processos de quase 60 mil beneficiários do PAER como “gravíssima”.

O movimento “Porta-a-Porta” enviou cartas à Secretária de Estado da Habitação e ao Ministro das Infraestruturas e Habitação, exigindo uma solução urgente para um problema que afeta o país de norte a sul.