A Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou uma alteração na política de refeições escolares que está a gerar forte contestação por parte de pais e organizações ambientalistas, funcionando como um aviso sobre uma mudança significativa no acesso a opções alimentares sustentáveis. A partir de 1 de janeiro de 2026, a opção vegetariana deixará de estar disponível para marcação pontual, ficando “reservada exclusivamente para os casos em que o regime vegetariano é assumido de forma contínua e estruturada”, mediante declaração formal das famílias. A decisão da autarquia, liderada por Carlos Moedas, foi justificada com a necessidade de “diminuir fortemente o desperdício alimentar causado pela imprevisibilidade do número de refeições a confecionar em cada dia”.
No entanto, a medida foi recebida com críticas.
Uma petição online, que já reuniu quase 4.000 assinaturas, classifica a decisão como “inaceitável” e um “retrocesso nas políticas de sustentabilidade, liberdade de escolha e educação alimentar”. Os subscritores defendem que a medida representa uma “discriminação alimentar” e dificulta o acesso a uma escolha feita por muitos por motivos de saúde, ambientais ou de preferência pessoal. A organização ambientalista WWF Portugal também manifestou “grande preocupação”, alertando que a CML, “ao assumir que crianças não vegetarianas devem consumir proteína de origem animal todos os dias, não leva em consideração as evidências científicas que demonstram o impacto que as dietas têm na saúde e no planeta”. A WWF defende que a opção por refeições com proteínas de origem vegetal deve ser incentivada e disponibilizada a todas as crianças.
Em resumoA decisão da Câmara de Lisboa de limitar as refeições vegetarianas ocasionais nas escolas a partir de 2026, alegando a redução do desperdício, gerou uma onda de críticas. Pais e a organização WWF consideram a medida um retrocesso e discriminatória, lançando uma petição que contesta a restrição à liberdade de escolha e ignora os benefícios de dietas mais sustentáveis. O aviso da autarquia transformou-se num debate local sobre políticas alimentares e ambientais.