Os produtores sentem-se “assustados e desmotivados” e pedem uma intervenção urgente dos ministérios da Agricultura e do Ambiente para solucionar o problema.

Os criadores de gado relatam que os ataques são quase diários, deixando-os com “o credo na boca”. Segundo o pastor António Padrão, as medidas de proteção ao lobo-ibérico estão a “sufocar a pecuária do Planalto Mirandês”, afirmando que “se eles [Governo] querem proteger o lobo, têm de criar condições para o efeito, já que não há nada que os segure, nem os cães nem vedações”. Outro pastor, Viriato Domingues, relatou um ataque em junho que resultou na morte de 20 ovelhas e quatro cordeiros, sem que até ao momento tenha sido notificado para receber indemnização. O Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) registou 32 ataques de lobos na região até meados de setembro de 2024, mas os pastores afirmam que os números são agora muito superiores. Os prejuízos são avultados, com o preço de uma ovelha a poder chegar aos 250 euros. Os pastores defendem que as entidades que protegem o lobo deveriam também “comprar alimento” para os animais, de modo a evitar os ataques, e associam a falta de presas selvagens aos incêndios ocorridos na zona de fronteira nos últimos anos.

Em resposta a esta problemática, foi apresentado em julho o Programa Alcateia 2025-2035, que prevê a revisão das indemnizações para valores mais próximos do mercado. O lobo-ibérico possui em Portugal o estatuto de espécie “em perigo”.