Os produtores pecuários queixam-se dos “avultados prejuízos” e sentem que estão a “trabalhar para alimentar os lobos”. Um familiar de um dos pastores afetados, Mário Torrado, explicou que “por aqui há um sentimento de revolta, porque as pessoas andam a trabalhar para tentar tirar algum rendimento e ficam sem os seus bens”.

A proximidade dos ataques às aldeias aumenta a apreensão.

O pastor António Padrão afirmou que os criadores andam com “o credo na boca”, sentindo-se “assustados e desmotivados”.

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem registado as ocorrências, mas os pastores consideram a resposta insuficiente e pedem uma intervenção urgente dos ministérios da Agricultura e do Ambiente para solucionar o problema.

Alertam que, se nada for feito, poderão avançar com medidas de luta.

A situação evidencia o conflito entre a proteção do lobo-ibérico, uma espécie com estatuto de “em perigo” em Portugal, e a sustentabilidade da atividade pecuária tradicional numa das regiões mais afetadas.