O estudo, considerado o mais abrangente na área, indica que a população mundial foi exposta, em média, a 16 dias quentes adicionais em 2024, um aumento de 300% face à média de 1986-2005.
O 9.º relatório “Lancet Countdown on Health and Climate Change”, produzido em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), traça um “quadro sombrio”, associando o aumento das temperaturas a 546.000 mortes anuais.
Além do impacto direto na mortalidade, a exposição ao calor resultou numa perda recorde de 639 mil milhões de horas de produtividade laboral em 2024, com custos superiores a um bilião de dólares. O relatório alerta ainda para o aumento da insegurança alimentar, que afetou mais 123 milhões de pessoas em 2023, e para a expansão de doenças como a dengue, cujo potencial de transmissão cresceu 49% desde a década de 1950. Marina Romanello, diretora executiva do projeto, afirma que “a destruição de vidas e meios de subsistência continuará a aumentar até que acabemos com a nossa dependência dos combustíveis fósseis”. O documento critica a inação política, apontando que 15 dos 87 países responsáveis por 93% das emissões globais gastaram mais em subsídios aos combustíveis fósseis do que nos seus orçamentos de saúde em 2023.














