A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) emitiu um alerta de supervisão a estabelecimentos de saúde privados com convenção com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), advertindo que a discriminação de utentes através da priorização de quem tem seguro de saúde é ilegal. A prática, que segundo a ERS tem sido alvo de múltiplas denúncias, pode resultar em coimas que chegam aos 44.891 euros para pessoas coletivas. A ERS afirma ter tomado conhecimento de várias situações em que estabelecimentos convencionados definem “regras distintas de agendamento e de acesso a cuidados de saúde, consoante a qualidade dos respetivos utentes”, preterindo ou adiando o atendimento a beneficiários do SNS.
O regulador recorda que a lei portuguesa e a Constituição garantem o respeito pelos princípios da universalidade, igualdade e proibição da discriminação no acesso à saúde.
Como tal, os estabelecimentos convencionados integram o SNS nos limites da atividade contratada e não podem “criar barreiras de acesso ou dar preferência a utentes com seguro, devendo prestar os cuidados necessários independentemente da fonte de financiamento”.
A atuação discriminatória constitui uma contraordenação punível com coimas entre 1.000 e 3.740 euros para pessoas singulares, e entre 1.500 e 44.891 euros para empresas.
Este alerta visa garantir que o direito do utente a ser atendido sem discriminação seja cumprido, assegurando a equidade no acesso aos cuidados de saúde contratualizados.
Em resumoA ERS emitiu um aviso formal contra a prática ilegal de discriminação de utentes do SNS por parte de prestadores de saúde privados convencionados. O regulador reforça que dar prioridade a doentes com seguros de saúde viola os princípios de igualdade no acesso e acarreta pesadas multas, numa tentativa de salvaguardar a equidade no sistema de saúde.