A comunidade local apela à intervenção do Governo, descrevendo a situação como uma "calamidade".

Nos últimos meses, a frequência dos ataques intensificou-se, com relatos de pelo menos cinco ocorrências num período de um mês e meio, todas comunicadas ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Os prejuízos económicos são significativos para os produtores pecuários, com um pastor a relatar perdas de milhares de euros após um único ataque que vitimou sete ovelhas. O impacto emocional é igualmente profundo, como revela o testemunho de um pastor que afirma: “Tenho medo e já não as deixo no curral”.

Este sentimento de vulnerabilidade está a alterar as práticas tradicionais de pastoreio na região do Planalto Mirandês.

A situação expõe a complexa coexistência entre a atividade humana e a vida selvagem, especialmente tratando-se do lobo ibérico, uma espécie protegida por lei.

Os pastores sentem-se desprotegidos e pedem medidas concretas por parte das autoridades para mitigar os ataques e compensar os prejuízos, ameaçando com formas de luta caso não obtenham resposta. O apelo da comunidade local funciona como um alerta para a necessidade de encontrar um equilíbrio sustentável que proteja tanto os meios de subsistência dos agricultores como a fauna protegida.