Uma mulher grávida, cidadã da Guiné-Bissau, deu entrada no Hospital Amadora-Sintra com “hipertensão ligeira”, tendo recebido alta com um plano de acompanhamento e consulta marcada.
Horas mais tarde, regressou à unidade hospitalar em paragem cardiorrespiratória, transportada pelo INEM, vindo a falecer.
O bebé nasceu, mas ficou internado nos cuidados intensivos neonatais com “prognóstico reservado”.
A direção do hospital defendeu os procedimentos adotados, com Diogo Bruno, diretor do serviço de urgência obstétrica, a afirmar que na primeira consulta a mulher tinha apenas “uma tensão ligeiramente elevada” e não apresentava outros sintomas, garantindo que o “protocolo clínico” foi seguido.
No entanto, a cronologia dos eventos, com um intervalo de uma hora e 20 minutos entre a chamada para o INEM e a chegada ao hospital, levantou questões sobre a resposta dos serviços de emergência.
A IGAS e a ERS instauraram processos de inquérito para “avaliar a assistência prestada”.
Politicamente, o caso teve fortes repercussões.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, responsabilizou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, por um “falhanço clamoroso” na saúde e exigiu o apuramento de “todas as responsabilidades”.
Marques Mendes, por sua vez, enviou um recado à ministra da Saúde, afirmando que “já não chega ter diagnósticos, é preciso soluções”.
A tragédia expôs as fragilidades do SNS e intensificou a pressão sobre o Governo para apresentar respostas eficazes para a crise no setor.









