O Governo negou a existência de “cortes”, falando antes numa orientação “muito exigente” para melhorar a eficiência. A controvérsia surgiu após a divulgação de que a DE-SNS, numa reunião com administradores hospitalares, deu ordens para conter a despesa, o que poderia levar a um abrandamento no ritmo de cirurgias, consultas e aquisição de medicamentos. A notícia surge num contexto em que a proposta de Orçamento do Estado para 2026 prevê uma redução na despesa com bens e serviços, incluindo mais de 200 milhões de euros em medicamentos e material. A Ordem dos Médicos, através do seu bastonário, considerou a instrução “profundamente lamentável” e “pouco ético”, alertando que as Unidades Locais de Saúde (ULS) não saberão como obedecer a tais cortes sem prejudicar os doentes e agravar as listas de espera.
A Ordem dos Enfermeiros também se manifestou, defendendo que a redução da despesa não pode limitar o acesso aos cuidados.
O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares classificou a proposta orçamental como uma “ilusão”.
Em resposta, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, negou que existam cortes, admitindo apenas ter dado uma orientação “muito exigente” para uma gestão mais eficiente dos recursos.
O diretor-executivo do SNS, Álvaro Almeida, acusou o bastonário dos Médicos de “populismo e demagogia” e de fazer declarações falsas, embora não tenha esclarecido o teor exato da instrução.
A oposição, nomeadamente o líder do PS, José Luís Carneiro, aproveitou a polémica para pedir a demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.









