O caso ganhou notoriedade não só pela perda de vidas, mas também pela gestão da informação por parte das autoridades, que inicialmente transmitiram dados incorretos sobre o acompanhamento da vítima. A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou no Parlamento que a grávida, Umo Cani, de 36 anos e natural da Guiné-Bissau, não estava a ser seguida no SNS. No entanto, a família rapidamente desmentiu esta versão, apresentando documentos que comprovavam o acompanhamento nos cuidados de saúde primários desde julho.
A própria Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra acabou por confirmar o seguimento, atribuindo a informação inicial errada a uma "falha grave de informação" devido à "inexistência de um sistema de informação clínica plenamente integrado".
Este episódio revelou a fratura na comunicação entre os cuidados primários e hospitalares, um problema sistémico que, segundo especialistas, compromete a segurança dos doentes.
Em resposta à controvérsia, o presidente do Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra demitiu-se por "dever ético". A ministra da Saúde aceitou a demissão, mas recusou a sua própria, apesar dos veementes pedidos da oposição, da família da vítima e de comentadores. O marido da vítima, Braima Seidi, exigiu justiça, afirmando: "Só quero justiça.
A ministra fala em nome de um país.
Tem de saber do que está a falar". O caso motivou a abertura de inquéritos pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e pelo Ministério Público, e intensificou o debate sobre a degradação do SNS, a falta de investimento e a vulnerabilidade de populações imigrantes no acesso à saúde.









