O Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta uma crise contínua no funcionamento dos seus serviços de urgência, com múltiplos encerramentos anunciados para o fim de semana, afetando principalmente as áreas de ginecologia e obstetrícia. A situação mais drástica verificou-se no Hospital Geral dos Covões, em Coimbra, cujo serviço de urgência foi encerrado em definitivo, gerando forte contestação por parte de utentes e profissionais de saúde. Durante o fim de semana, foram encerrados os serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia nos hospitais Garcia de Orta (Almada), de Santarém, de Vila Franca de Xira, do Barreiro e das Caldas da Rainha. A urgência geral do Hospital dos Covões também cessou a sua atividade, passando a funcionar apenas como Centro de Atendimento Clínico para situações não emergentes e com referenciação prévia pela linha SNS24. A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra justificou a decisão com a baixa procura, alegando uma média de apenas 10 a 15 atendimentos diários.
No entanto, esta justificação foi recebida com ceticismo e críticas.
O Sindicato dos Enfermeiros considerou a medida "a morte" do serviço, enquanto a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos contestou o encerramento, recordando que a unidade já serviu uma vasta população. A situação reflete um problema mais vasto de falta de recursos humanos, especialmente médicos, que impede a elaboração de escalas completas e seguras em vários hospitais do país, obrigando a encerramentos rotativos ou permanentes que limitam o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde urgentes.
Em resumoO encerramento de múltiplos serviços de urgência, com destaque para o fecho definitivo da urgência do Hospital dos Covões, evidencia a profunda crise de recursos humanos que afeta o SNS. Estas medidas, embora justificadas pelas administrações hospitalares com base na falta de profissionais ou na baixa procura, resultam numa diminuição do acesso aos cuidados de saúde e geram forte contestação social, refletindo a degradação da resposta pública em saúde.