Os alertas focaram-se na falta de preparação das infraestruturas e na baixa adesão a seguros com cobertura para este risco, pintando um cenário preocupante para a segurança da população.

Lisboa é apontada como a segunda cidade europeia com maior risco sísmico, mas a preparação do país continua a ser insuficiente.

Um dos principais problemas identificados é o "protection gap" (lacuna de proteção) de 81%, o que significa que a grande maioria das habitações não possui seguro que cubra os danos de um terramoto. Especialistas como João Azevedo, antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, e António Correia, do LNEC, alertaram para o facto de muitos edifícios, incluindo escolas e hospitais, apresentarem um "risco elevado de colapso" em caso de um sismo forte. Para aumentar a consciencialização, foram realizadas várias iniciativas, como o simulacro de um sismo de magnitude 8.5 pelo IPMA e a campanha "Recordar 1755", que iluminou edifícios de roxo. As associações do setor segurador e a própria Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) defendem a criação de um Sistema Nacional de Proteção de Riscos Catastróficos, à semelhança do que existe noutros países, que poderia tornar a cobertura de sismos obrigatória para quem tem seguro multirriscos habitação. Esta medida, defendem, reduziria drasticamente a lacuna de proteção e criaria um mecanismo pré-financiado para acelerar a recuperação do país após uma catástrofe, em vez de depender de ajudas estatais incertas.