Um grupo de trinta médicos do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) denunciou formalmente uma "situação insustentável" no serviço de urgência, com tempos de espera para doentes urgentes a ultrapassarem as dez horas. O alerta, enviado ao bastonário da Ordem dos Médicos, expõe uma grave crise de recursos humanos que compromete a segurança dos utentes e a qualidade dos cuidados de saúde. Na carta, os clínicos descrevem um cenário de caos, com "escalas deficitárias que não cumprem os rácios de segurança", equipas reduzidas e profissionais pouco diferenciados. A situação atingiu um ponto crítico no primeiro fim de semana de novembro, quando os tempos de espera para doentes com pulseira amarela (urgentes) ultrapassaram as 10 horas, chegando mesmo a atingir as 24 horas em alguns casos, com apenas um especialista de medicina interna escalado para uma população de mais de 500 mil habitantes. Esta denúncia pública funciona como um aviso severo à população sobre as condições precárias do serviço, alertando para os riscos associados à procura de cuidados de emergência nesta unidade hospitalar.
A gravidade da situação motivou uma reação da Direção Executiva do SNS, que manifestou preocupação.
Subsequentemente, os tempos de espera foram reduzidos para cerca de sete horas, um valor que, embora inferior, continua a ser excessivamente elevado para doentes em situação de urgência. A crise no Amadora-Sintra é sintomática de problemas mais vastos no Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente a falta de médicos especialistas e a sobrecarga dos serviços de urgência.
Em resumoA denúncia dos médicos do Amadora-Sintra constitui um alerta público sobre a falência da capacidade de resposta das urgências, com tempos de espera perigosamente longos que colocam em risco a vida dos doentes. A situação evidencia uma crise estrutural que exige uma intervenção urgente por parte das autoridades de saúde.