Segundo os clínicos, as escalas de serviço estão cronicamente deficitárias, não cumprindo os rácios de segurança recomendados. A situação agrava-se durante os fins de semana, quando, segundo a carta, os tempos de espera para doentes com pulseira amarela (urgentes) chegaram a ultrapassar as 10 horas, e em alguns casos, as 24 horas. Os médicos relatam que a falta de especialistas é crítica, mencionando um fim de semana em que apenas um especialista de medicina interna esteve escalado durante o dia para uma área de influência com mais de 500 mil habitantes. Esta carência de profissionais, aliada a equipas "reduzidas e com elementos pouco diferenciados", força os médicos a emitir sucessivas escusas de responsabilidade para se protegerem legalmente das consequências de um sistema sobrecarregado.

A situação levou a que a Direção Executiva do SNS manifestasse a sua preocupação.

A crise no Amadora-Sintra é sintomática de um problema mais vasto no Serviço Nacional de Saúde, onde a falta de especialistas e as condições de trabalho precárias colocam em risco a capacidade de resposta das urgências hospitalares, transformando a espera por cuidados médicos num risco acrescido para a saúde dos utentes.