A intensidade do fenómeno meteorológico testou a capacidade de resposta das autoridades e expôs vulnerabilidades críticas no ordenamento do território e na preparação das populações.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou mais de 2.500 ocorrências, que variaram entre inundações, quedas de árvores, deslizamentos de terras e danos em infraestruturas.

As regiões mais afetadas foram a Península de Setúbal, a Grande Lisboa e o Algarve, onde o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) elevou os avisos para laranja e vermelho.

O impacto mais trágico foi a morte de um casal de idosos, ambos com 88 anos, em Fernão Ferro, Seixal, cuja habitação foi inundada. Este incidente levantou um debate sobre as construções ilegais em zonas de risco de cheias, uma vez que a residência se encontrava numa área vulnerável já sinalizada.

Além das vítimas mortais, a tempestade provocou pelo menos 39 desalojados e motivou 18 operações de salvamento.

Fenómenos de vento extremo, descritos como tornados, causaram estragos significativos em Nisa e Ferreira do Alentejo, arrancando telhados de habitações e estabelecimentos comerciais.

Vários especialistas citados nos artigos, como o comandante António Tavares, alertaram para a crescente severidade destes eventos, afirmando que “está a acontecer mais, com mais severidade e a provocar mais danos e mais vítimas”.

Outros, como André Morais, criticaram a falta de investimento em prevenção, sublinhando que Portugal vive “num ciclo anual de repetição dos erros”.