A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) emitiu um alerta de risco “elevado” de disseminação da gripe das aves, determinando o confinamento obrigatório de aves domésticas e de capoeira em 95 zonas consideradas de alto risco, abrangendo 14 distritos. Esta medida preventiva visa conter a propagação do vírus de alta patogenicidade, que já levou ao abate de cerca de 300 mil aves em Portugal desde o início do ano. O aviso foi emitido após a deteção de 31 focos de infeção em 2025, com os casos mais recentes a serem confirmados em explorações em Oliveira do Bairro e na Chamusca. A DGAV sublinhou que o vírus em circulação “provoca mortalidade muito elevada, especialmente nas aves de capoeira”, justificando a necessidade de medidas de biossegurança rigorosas.
O confinamento aplica-se a distritos como Porto, Lisboa, Braga, Aveiro, Setúbal e Faro, onde as aves devem ser mantidas em espaços fechados para evitar o contacto com aves selvagens, consideradas as principais transmissoras.
Apesar da gravidade da situação no setor avícola, a diretora-geral de Alimentação e Veterinária assegurou à população que “não há nenhum perigo em ingerir carne de aves e ovos”, uma vez que o vírus não representa uma ameaça para a segurança alimentar. A situação em Portugal reflete uma preocupação a nível ibérico, com o governo de Espanha a tomar medidas semelhantes, ordenando o confinamento de todas as explorações de aves ao ar livre no país. O impacto económico do surto já se faz sentir, com o cancelamento de eventos como a feira Avisan 2025, que foi suspensa devido ao “clima de incerteza”.
Em resumoO alerta da DGAV e a imposição do confinamento de aves em grande parte do território nacional refletem a seriedade do surto de gripe aviária. Embora as autoridades garantam a segurança dos produtos avícolas para consumo humano, as medidas restritivas são essenciais para proteger a produção avícola nacional e mitigar os severos impactos económicos e sanitários da doença no setor.