A análise estatística europeia coloca Portugal numa posição preocupante, comparável à de países como a Roménia, no que toca à acessibilidade geográfica a unidades hospitalares.

Os dados indicam que metade da população de sete regiões portuguesas vive a mais de 15 minutos de um hospital, e há zonas do país onde a deslocação de carro para a unidade mais próxima é superior a uma hora. Esta realidade contrasta com a de muitos outros países da Europa Ocidental e funciona como um alerta para um problema estrutural do sistema de saúde nacional. A dificuldade de acesso não afeta apenas situações de emergência, mas também o acompanhamento de doenças crónicas e o acesso a consultas de especialidade. A situação é particularmente grave para as populações do interior e de zonas rurais, que enfrentam uma dupla penalização: menor densidade de equipamentos de saúde e redes de transporte mais débeis. Este diagnóstico estatístico serve como um aviso público sobre a necessidade de um planeamento mais equitativo da rede de saúde, que considere as barreiras geográficas e garanta que todos os cidadãos, independentemente do local onde residem, tenham um acesso atempado a cuidados hospitalares.