As autoridades de proteção civil emitiram múltiplos alertas e coordenaram operações de socorro perante um cenário de devastação generalizada. A depressão Cláudia, que assolou o país desde meados de novembro, provocou mais de 4.000 ocorrências, mobilizando milhares de operacionais. O evento mais dramático ocorreu em Albufeira, onde um tornado com ventos que atingiram 220 km/h devastou um parque de campismo e um resort, resultando na morte de uma cidadã britânica de 85 anos e em pelo menos 28 feridos, alguns com gravidade. Outro fenómeno de vento extremo, com rajadas de 180 km/h, foi registado em Lagoa. A Proteção Civil e o IPMA explicaram que a emissão de um aviso específico para tornados com antecedência útil é praticamente impossível devido ao seu ciclo de vida curto. Para além do Algarve, o mau tempo causou mais duas vítimas mortais em Fernão Ferro, Seixal, onde um casal de idosos foi encontrado sem vida numa habitação inundada. As inundações foram generalizadas, com particular incidência em Vila do Conde, onde a ribeira da Lage galgou as margens e inundou dezenas de casas, e no Vale do Lis, onde 600 hectares de campos agrícolas ficaram submersos, causando prejuízos estimados em 1,5 milhões de euros. Outros incidentes incluíram o desabamento de parte de uma bancada de um estádio em Santa Maria da Feira e um incêndio numa habitação em Montalegre, provocado pela queda de um raio, que deixou uma família desalojada. As autoridades, incluindo o Presidente da República, lamentaram as perdas humanas e materiais, elogiando a resposta dos serviços de emergência e a resiliência das populações afetadas, enquanto se iniciava o complexo processo de limpeza e avaliação dos danos.