Este constrangimento pode estar a contribuir para a procura excessiva e inadequada das urgências hospitalares em Portugal.
Durante uma visita a uma Unidade Local de Saúde, no âmbito da preparação do SNS para o inverno, a ministra admitiu que os constrangimentos no atendimento da linha “não estão todos ultrapassados”.
Entre janeiro e setembro, mais de 1,46 milhões de chamadas terão ficado por atender. Ana Paula Martins justificou parcialmente a situação com o aumento exponencial do volume de contactos, que passou de 1,8 milhões para quase quatro milhões de chamadas. Garantiu, no entanto, que o serviço está a ser reforçado para melhorar a capacidade de resposta antes do período mais crítico do inverno. A ineficácia da Linha SNS24 em dar resposta a todos os utentes tem consequências diretas no funcionamento do sistema de saúde. Um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) revelou que a procura pelas urgências em Portugal é mais do dobro da média da OCDE, sendo que a maioria dos utentes se dirige aos hospitais por iniciativa própria. A dificuldade em obter uma resposta atempada através da linha de apoio pode ser um dos fatores que leva os cidadãos a contornar este sistema de triagem e a recorrer diretamente aos serviços de urgência, muitas vezes para situações de baixa prioridade clínica, sobrecarregando desnecessariamente os hospitais.









