Este levantamento expõe uma grave crise social de solidão e vulnerabilidade, especialmente acentuada no interior do país.

Os resultados da operação anual da GNR, que visa identificar e apoiar a população idosa mais vulnerável, revelaram um aumento de 201 casos em relação a 2024, sublinhando uma tendência preocupante de envelhecimento e isolamento.

A distribuição geográfica desta realidade é marcadamente assimétrica, com os distritos do interior a concentrarem o maior número de idosos sinalizados. A Guarda lidera a lista com 5.852 idosos, seguida de perto por Vila Real, com 5.167.

Outros distritos com números elevados incluem Bragança (4.191), Viseu (3.304), Beja (2.749), Évora (2.381) e Castelo Branco (2.316), pintando um retrato claro do despovoamento e da solidão nas zonas rurais.

A operação da GNR não se limita à sinalização, envolvendo também ações porta-a-porta e sessões de sensibilização para mitigar os riscos associados ao isolamento, como problemas de saúde não assistidos, segurança e bem-estar psicossocial.

Esta problemática social do envelhecimento e da solidão é também refletida noutros artigos, que abordam a crise habitacional e como esta afeta os mais velhos, forçando muitos a viver em quartos arrendados com dificuldades financeiras. Iniciativas como o programa "Une.Idades", que junta estudantes universitários com idosos nas mesmas casas, surgem como respostas inovadoras, embora de escala limitada, para combater a solidão e a crise de alojamento em simultâneo.