As conclusões preliminares do relatório, entregue no Parlamento, indicam que os incêndios mais recentes revelaram desafios significativos na articulação entre as diversas forças no terreno.

A falta de clareza na gestão operacional e as dificuldades de coordenação, especialmente a nível local, terão provocado atrasos no tempo de resposta, contribuindo para uma maior propagação das chamas. O documento destaca especificamente os "desafios de coordenação" que surgem quando as equipas especializadas do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e as forças de proteção civil necessitam de operar em conjunto. Para além dos problemas na fase de combate, a OCDE aponta também lacunas persistentes ao nível da prevenção.

Entre estas, salienta-se o "elevado número de incêndios provocados pelo homem" e as dificuldades em cumprir as metas estabelecidas para a gestão de combustível e limpeza das florestas. O relatório da OCDE funciona como um aviso estrutural ao sistema de proteção civil português, sublinhando que a eficácia no combate aos incêndios não depende apenas dos meios alocados, mas também de uma cadeia de comando clara, de uma comunicação fluida entre as várias entidades e de uma aposta mais robusta na prevenção, áreas que, segundo a organização, necessitam de melhorias urgentes para aumentar a resiliência do país aos fogos florestais.