Numa carta aberta dirigida ao Governo, os oficiais da Polícia de Segurança Pública (PSP) alertaram para uma crise de efetivos sem precedentes, que compromete a capacidade da força policial de garantir a segurança no país. O alerta surge 20 meses após uma comunicação semelhante, sublinhando a falta de medidas eficazes para resolver o problema. O documento, assinado por oficiais da PSP, traça um cenário alarmante sobre o futuro da instituição, destacando uma perda anual de quase cem polícias, vagas que ficam desertas nos cursos de formação de agentes e, crucialmente, a retenção forçada de cerca de 5000 elementos que já têm idade para a pré-aposentação.
Segundo os subscritores, “a catástrofe só não é pior porque os governos sucessivos têm impedido” a saída destes profissionais mais experientes.
Este recurso a uma medida de contenção, em vez de uma solução estrutural, é visto como insustentável e perigoso a longo prazo.
O alerta, que reitera preocupações já expressas publicamente há quase dois anos, surge num período descrito como de “profunda convulsão” e visa pressionar o executivo a tomar “medidas e soluções” concretas.
A falta de efetivos não só aumenta a carga de trabalho sobre os polícias no ativo, como também põe em risco a capacidade de resposta da PSP às solicitações dos cidadãos, ameaçando a manutenção da ordem e segurança públicas. Os oficiais exigem, por isso, uma estratégia clara de recrutamento, valorização da carreira e planeamento de recursos humanos que garanta a sustentabilidade e eficácia da força policial no futuro.
Em resumoOficiais da PSP alertam que a segurança pública está ameaçada por uma grave falta de efetivos, causada pela saída de agentes, falhas no recrutamento e pela retenção artificial de polícias em idade de reforma. A carta aberta exige uma intervenção urgente do Governo para evitar o colapso da capacidade operacional da polícia.