Rutura de Stock de Medicamentos nos Hospitais Públicos Compromete Tratamentos

A falta de medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a atingir níveis críticos, forçando a alteração de tratamentos e afetando gravemente os doentes. Um estudo da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares revela que 23% dos hospitais já tiveram de "alterar o tratamento dos doentes por falta do medicamento necessário”. Este problema sistémico tem um impacto direto e preocupante na qualidade dos cuidados de saúde prestados. De acordo com o mesmo estudo, 61% dos hospitais inquiridos consideram que as falhas de stock já afetam os doentes de forma "grave". A situação levanta questões sobre a gestão e o financiamento do SNS, especialmente num contexto em que o Governo se prepara para cortar mais de 200 milhões de euros no setor. A ineficiência é outro ponto de preocupação, com o dado de que três em cada quatro hospitais não monitorizam regularmente os resultados dos novos e dispendiosos fármacos que utilizam.

Além das falhas internas nos hospitais, a população em geral também sente o impacto das ruturas de stock nas farmácias comunitárias.

Um exemplo notório é a dificuldade que os doentes diabéticos enfrentam para encontrar o medicamento Ozempic, cuja procura aumentou devido ao seu uso para perda de peso, levando o Infarmed a autorizar a venda de embalagens sem rotulagem em português para tentar colmatar a falha.

Em resumo

A rutura de stock de medicamentos tornou-se um problema grave no SNS, com um quarto dos hospitais a serem forçados a alterar tratamentos, impactando seriamente os doentes e expondo falhas na gestão e no aprovisionamento do sistema de saúde.

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