Os números expõem a gravidade da situação: mais de 800 camas hospitalares estão ocupadas por estes "internamentos sociais", com casos de idosos que permanecem no hospital por mais de quatro anos à espera de uma vaga num lar. Esta situação não só sobrecarrega os serviços de saúde, congestionando urgências e aumentando os tempos de espera para internamentos programados, como também acarreta riscos para os próprios utentes.

No Hospital de São João, no Porto, 21 destes doentes morreram este ano devido a quedas ou infeções hospitalares.

A ministra da Saúde defende a necessidade de "levar os cuidados de saúde aos lares e às casas dos idosos", argumentando que "muitas vezes não é necessário tirar o idoso do conforto da sua casa ou do lar onde está".

A solução passaria por reforçar os recursos das ERPI e as equipas de apoio domiciliário. No entanto, a situação é agravada pelo facto de uma parte significativa das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), destinadas a esta área, não estar a ser executada, o que compromete a criação de novas vagas e respostas sociais.