Este cenário, descrito como uma "destruição em curso" do SNS, constitui um aviso implícito à população sobre a sustentabilidade futura do acesso a cuidados de saúde. Em resposta a esta carência, o Ministério da Saúde avançou com um projeto-piloto onde cada enfermeiro especialista em saúde materna e obstétrica acompanhará 75 grávidas de baixo risco que não tenham médico de família. A medida visa colmatar uma falha crítica no acompanhamento pré-natal em áreas com grande carência de profissionais.

No entanto, a Ordem dos Médicos criticou a decisão, considerando que desvaloriza os médicos de família e que a sua própria proposta para reforçar as equipas multidisciplinares foi ignorada. Este conflito expõe a tensão entre a necessidade de encontrar soluções pragmáticas para a falta de médicos e a defesa das competências profissionais de cada classe.