O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) enfrenta uma crise multifacetada, marcada por atrasos superiores a uma hora na resposta de ambulâncias a pedidos urgentes e pela inoperacionalidade de meios aéreos cruciais. Estes problemas, juntamente com uma proposta de reestruturação profunda, constituem um alerta sobre a fiabilidade da resposta de emergência médica em Portugal. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) denunciou publicamente que, sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa, existem "várias dezenas de emergências em espera para o envio de ambulâncias", com demoras que ultrapassam uma hora. O sindicato atribui esta falha a medidas da nova administração do INEM que levaram ao "encerramento de ambulâncias".
A direção do instituto admite constrangimentos por falta de meios, mas garante que a triagem prioritiza os casos mais graves.
A esta crise em terra soma-se a indisponibilidade do helicóptero de emergência médica de Loulé, no Algarve, devido a uma "avaria técnica inesperada". O INEM informou que a equipa médica se mantém operacional através de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), mas a ausência do meio aéreo compromete a rapidez do socorro em situações críticas na região. Em paralelo, uma Comissão Técnica Independente propôs uma refundação do INEM, sugerindo a criação de uma central única de atendimento que junte o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) e a linha SNS24, visando tornar a resposta "mais rápida e imediata". Esta proposta surge no meio de tensões internas, com o novo presidente do INEM a avisar quem "resista à mudança", gerando reações sindicais que exigem um pedido de desculpas.
Em resumoA eficácia do INEM está sob escrutínio devido a graves alertas sobre atrasos nas ambulâncias em Lisboa e à avaria do helicóptero de emergência no Algarve. Enquanto se debate uma reestruturação para centralizar o atendimento, estas falhas operacionais comprometem a capacidade de resposta do sistema de emergência médica nacional.