A epidemia de gripe sazonal está a colocar uma pressão crescente sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com as autoridades a emitirem alertas sobre um novo subtipo do vírus e a apelarem à vacinação dos grupos de risco, enquanto se regista uma escassez de vacinas nas farmácias para a população não prioritária. A atual época gripal, que começou mais cedo, é marcada pela circulação de um novo subtipo do vírus Influenza A, que, segundo a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, poderá afetar um maior número de pessoas. A ministra anunciou a antecipação de uma 'task-force' para coordenar a resposta hospitalar, garantindo que o SNS está "preparado" para as "oito semanas particularmente exigentes" que se avizinham.
No entanto, a situação no terreno revela constrangimentos significativos.
A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra registou mais de 5 mil atendimentos nas urgências numa semana, um aumento impulsionado pelos estados gripais. Paralelamente, várias farmácias reportam não ter vacinas disponíveis para cidadãos fora dos grupos de risco, apesar de possuírem receita médica, com a indústria farmacêutica a indicar que não está previsto o envio de mais doses.
Perante este cenário, os especialistas em saúde pública reforçam os avisos à população.
O médico Ricardo Moutinho Guilherme aconselha a que, em casos de gripe ligeira, se evitem as urgências, recomendando "paracetamol, descanso e repouso", e o contacto prévio com a linha SNS24.
Já o virologista Pedro Simas defende que a vacinação deve ser focada nos "mais vulneráveis", como idosos e doentes crónicos, alertando que uma vacinação universal poderia criar uma "pressão imunológica" excessiva sobre o vírus.
Em resumoA intensificação da atividade gripal, agravada por um novo subtipo do vírus, está a sobrecarregar o SNS, especialmente os serviços de urgência. As autoridades de saúde alertam a população e implementam medidas de contingência, mas a escassez de vacinas para grupos não prioritários e a pressão sobre os hospitais continuam a ser desafios críticos.