A plataforma eletrónica, que esteve interrompida desde o início da pandemia de COVID-19 em 2020, baseia-se em informação autorrelatada por residentes em Portugal. Os participantes voluntários fornecem dados sobre os seus sintomas, o que permite ao INSA monitorizar a ocorrência de síndromes gripais na comunidade de forma mais completa e em tempo real. Esta abordagem de "ciência cidadã" complementa os sistemas de vigilância tradicionais, que dependem de dados reportados por unidades de saúde.

Segundo uma investigadora do INSA, o Gripenet contribui para uma visão epidemiológica mais abrangente, sendo crucial para estudar a evolução das doenças respiratórias, não apenas a gripe.

Além do acompanhamento de sintomas, a plataforma permite também analisar fatores associados à procura de cuidados de saúde e à adesão à vacinação. O INSA pretende recuperar os voluntários que participavam antes da paragem — mais de 2.000 em 2019 — e atrair novos participantes para "criar informação de qualidade" sobre como estas infeções afetam a população. O relançamento da plataforma surge num momento oportuno, coincidindo com um aumento significativo da atividade gripal, o que reforça a sua utilidade como sistema de alerta precoce e de monitorização da saúde comunitária.