O dador, identificado como Kjeld, vendeu o seu esperma durante 17 anos sem saber que era portador de uma mutação no gene TP53, associada à síndrome de Li-Fraumeni, uma condição hereditária que predispõe a uma vasta gama de cancros.

A mutação só foi diagnosticada 13 anos após a primeira doação. O European Sperm Bank, um dos bancos de esperma envolvidos, foi notificado em 2020 de que uma criança concebida através de uma doação e diagnosticada com cancro apresentava a referida mutação genética. Desde então, foi revelado que o esperma do mesmo dador foi usado para conceber 197 crianças em todo o mundo.

A situação levantou sérias preocupações sobre a robustez dos sistemas de rastreio genético nos bancos de esperma.

O caso representa um grave alerta de saúde pública, não apenas para as famílias diretamente afetadas, que vivem agora com a incerteza sobre a saúde dos seus filhos, mas também para as entidades reguladoras do setor da procriação medicamente assistida. A necessidade de encontrar todas as crianças concebidas com este esperma é agora uma prioridade para as autoridades de saúde dos países envolvidos, a fim de oferecer aconselhamento genético e vigilância médica adequada, uma vez que a deteção precoce de tumores é crucial nesta síndrome.