A situação provoca apagões constantes, prejuízos económicos e confrontos violentos, com as equipas de intervenção da E-redes a serem recebidas a tiro.

O problema tem origem num bairro ilegal que cresceu de forma descontrolada, albergando já “perto de duas mil casas e mais de três mil pessoas” que vivem sem acesso a serviços básicos como água, luz e saneamento. Para obterem eletricidade, os moradores recorrem a ligações clandestinas à rede, sobrecarregando-a e causando falhas de energia que se arrastam há cerca de um ano. Estes apagões não afetam apenas o bairro ilegal, mas também zonas vizinhas legalizadas, como o bairro do Matadouro, onde a população denuncia prejuízos de milhares de euros em eletrodomésticos e uma perda de qualidade de vida. A situação escalou para um nível de perigo extremo, com as equipas da E-redes a queixarem-se de “falta de apoio da PSP” para intervir em segurança. A Câmara Municipal de Almada e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) são acusados de abandono e responsabilizados pela perpetuação de uma crise social e de segurança que alimenta uma economia paralela.