Esta procura excessiva está a comprometer o acesso ao tratamento por parte dos doentes diabéticos.

Rita Nortadas, secretária-geral da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, explicou o fenómeno de forma clara: “Há um desvio da população com obesidade para o consumo de fármacos destinados à diabetes”.

Esta situação cria uma sobrecarga na procura que a oferta não consegue acompanhar.

A especialista apela a um “momento de reflexão” sobre as políticas em vigor, lembrando que os medicamentos para a obesidade não são comparticipados pelo Estado, o que incentiva o recurso a alternativas destinadas a outras patologias. A agravar o cenário, foi noticiado que um laboratório decidiu descontinuar a comercialização de um fármaco específico para a diabetes, afetando cerca de cinco mil doentes. Embora exista um substituto aprovado e mais económico, este ainda não se encontra disponível para venda em Portugal, deixando estes doentes numa situação de incerteza terapêutica.

A situação configura um sério problema de saúde pública que exige uma gestão cuidadosa das autoridades.