As autoridades de saúde enfrentam uma crescente preocupação com o aumento dos casos de gripe e infeções respiratórias, que estão a pressionar os serviços de urgência e são apontados como a principal causa para um excesso de mortalidade registado no início de dezembro. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia alertado para uma época gripal que se antecipa intensa e precoce na Europa. Os dados revelam um cenário alarmante: em apenas uma semana, registaram-se mais 1200 novos casos de gripe, e as urgências hospitalares atenderam mais de 38 mil casos de infeções respiratórias. Esta pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é agravada por um excesso de mortalidade por todas as causas, identificado sobretudo nas regiões Norte, Centro e Alentejo.
Entre 6 e 14 de dezembro, contabilizaram-se 600 óbitos acima do esperado para esta altura do ano, e desde o início do mês, o número de mortes adicionais aproxima-se de 1.000 em comparação com o período homólogo do ano anterior.
A gripe e o frio são considerados os principais fatores explicativos para estes números.
O alerta da OMS corrobora a situação vivida em Portugal, prevendo que o pico da epidemia na Europa ocorra entre o final de dezembro e o início de janeiro, descrevendo a época gripal deste ano como “um pouco diferente” devido à sua intensidade e precocidade. Perante este quadro, o governo apela à vacinação, mas surgem relatos de que as vacinas não estão disponíveis em muitas farmácias para os grupos não prioritários, o que pode dificultar a contenção da propagação do vírus e a proteção da população mais vulnerável.
Em resumoPortugal regista um aumento significativo de casos de gripe e um preocupante excesso de mortalidade, atribuídos à intensidade da época gripal e às baixas temperaturas. A pressão sobre os serviços de saúde é elevada, e a situação está em linha com os alertas da OMS para uma epidemia precoce e intensa na Europa, levantando questões sobre a disponibilidade de vacinas.