O testemunho emotivo do antigo futebolista revelou um percurso de altos e baixos, desde a promessa no futebol até à queda no crime, que culminou com a sua detenção.

Durante a gala de domingo, 3 de agosto, Paim recordou uma infância feliz, apesar da ausência do pai.

O seu talento para o futebol foi notado cedo, chegando ao Sporting com apenas sete anos.

Aos 15, assinou um contrato profissional que mudou a vida da sua família, passando a ganhar "mais do que alguns jogadores que estavam na equipa principal".

Contudo, este sucesso precoce foi o início dos seus problemas.

Paim admitiu que o ego inflado e a falta de maturidade para gerir o dinheiro o levaram por um mau caminho.

Numa declaração forte, afirmou: "Não quero, de todo, meter a culpa no Sporting, mas acho que o Sporting deixou-me com uma pistola à cabeça".

A sua carreira entrou em declínio após uma passagem falhada pelo Chelsea, onde preferiu "a festa, a noite, os copos" ao trabalho. De regresso a Portugal e sem clube, gastou o seu dinheiro em "droga, em mulheres, em noite".

Para sustentar os vícios, começou a vender droga, o que levou à sua detenção aos 32 anos.

O momento mais doloroso, segundo relatou em lágrimas, foi ter sido algemado à frente dos filhos. Apesar de tudo, Paim considera que a sua passagem pela prisão foi transformadora: "Foi o melhor que me podia acontecer, eu ter sido preso, porque aprendi muita coisa.

Aprendi a dar valor, a tornar-me humilde, a reconhecer".