A tradição remonta a 1838, quando os moradores começaram a ornamentar as suas portas e janelas para as festas religiosas. Retomada em 1993 com o apoio da Câmara Municipal, a iniciativa tornou-se um fenómeno cultural que atrai milhares de visitantes. O presidente da Câmara, David Galego, destaca a qualidade extraordinária e os "pormenores deliciosos" da edição deste ano, sublinhando que o evento é "a arte de um povo que sai à rua". O envolvimento comunitário é total, com cada rua a ser responsável pelo seu tema e decoração, num processo que une gerações. Cristina Ramires, uma das "cabeças de rua", descreve o trabalho como exigente mas gratificante: "O corpo já custa, mas ver aquilo que aqui tenho dá mais vontade de continuar". A continuidade da tradição parece assegurada, com a participação crescente de jovens. Maria Ramalho, da Associação Jovem de Redondo, lidera pela primeira vez a decoração de uma rua, com o objetivo de "não deixar morrer esta tradição tão antiga" e dar o exemplo aos mais novos. A autarquia apoia esta transição, tendo introduzido a temática nas atividades escolares.

Ruas do Redondo voltam a encher-se de milhares de flores de papel e figuras coloridas