Numa resposta à contestação de mulheres vianenses que ficaram de fora das inscrições para o tradicional Desfile da Mordomia, a VianaFestas anunciou a abertura excecional de 76 vagas adicionais. A decisão surge para acalmar uma polémica em torno da gestão das vagas, que esgotaram rapidamente, e reafirmar o caráter inclusivo da maior romaria de Portugal. A controvérsia começou quando as mil vagas para o desfile, um dos pontos altos da Romaria d’Agonia, esgotaram em pouco mais de dois dias, deixando de fora muitas mulheres que participam há décadas. A situação gerou um sentimento de exclusão e levou à criação do movimento “Somos Todas Mordomia”, que apelou “à inclusão, já em 2025, das mulheres vianenses que, com orgulho e autenticidade, desejam continuar a representar a sua terra”. O movimento argumentou que, sem elas, “a tradição perde alma, raízes e verdade”, criticando uma aparente preocupação em “internacionalizar a tradição” em detrimento das participantes locais.
A VianaFestas, por sua vez, reagiu afirmando estar a haver um “aproveitamento político inadmissível” da situação, mas reconheceu as “dificuldades e erros no processo”.
A solução encontrada foi abrir 76 novas vagas, correspondentes ao número de pessoas que contactaram oficialmente a organização.
Este desfecho positivo demonstra a força da comunidade e a sua capacidade de se mobilizar para proteger o seu património imaterial. A decisão da organização, embora tardia para alguns, foi vista como um passo importante para garantir que a tradição se mantenha um ato de “pertença, memória e continuidade cultural”, como defendido pelo movimento cívico.
Em resumoFace ao descontentamento de muitas mulheres que não conseguiram vaga no Desfile da Mordomia da Romaria d’Agonia, a organização VianaFestas abriu 76 novas vagas. A medida responde à polémica gerada pelo rápido esgotamento das inscrições e visa garantir a participação das mulheres locais, consideradas a alma da tradição.