Numa notável demonstração de cidadania ativa, os pescadores da Figueira da Foz uniram-se para angariar fundos destinados à compra de um meio aéreo de combate a incêndios. A iniciativa consiste na doação de uma percentagem das suas vendas, mostrando que a solidariedade pode emergir de qualquer setor da comunidade para responder a uma necessidade nacional. Perante a devastação causada pelos incêndios que assolam o país, um grupo de pescadores e armadores da Figueira da Foz decidiu tomar uma atitude proativa. A mobilização, que começou na segunda-feira, dia 18 de agosto, resultou na angariação de 1.200 euros logo no primeiro dia, um valor proveniente da doação de uma parte das suas safras.
O objetivo, segundo os próprios, é ambicioso: adquirir pelo menos um meio aéreo novo, e não em segunda mão, pois, como afirmam, “a vida humana e os prejuízos causados a todos os populares não têm preço”.
Esta iniciativa de base comunitária reflete um sentimento de urgência e a perceção de que os recursos existentes são insuficientes para a escala da tragédia. “Se o país carece de meios aéreos, há muito tempo que já se devia ter pensado nisso e isto não é uma crítica: é um apelo”, declarou um dos pescadores. O movimento não se limita à comunidade piscatória local; os seus promotores lançaram um apelo para que a ação se estenda a todos os pescadores de Portugal e à sociedade civil em geral, transformando um gesto local num potencial movimento de solidariedade nacional.
Em resumoA iniciativa dos pescadores da Figueira da Foz de doar parte das suas receitas para comprar um meio aéreo de combate a incêndios é um exemplo poderoso de cidadania e solidariedade. Este gesto demonstra como a sociedade civil pode mobilizar-se proativamente para suprir necessidades críticas, transformando a preocupação coletiva em ação concreta e inspiradora.