Esta ação surge como uma resposta direta e solidária à devastação causada pelos fogos que assolam o país.

A mobilização, que começou na segunda-feira, 18 de agosto, revelou-se um sucesso imediato, tendo angariado 1.200 euros logo no primeiro dia. A iniciativa, liderada por figuras como o armador de pesca de cerco António Lé, não se limita a um gesto simbólico; visa a compra de pelo menos um meio aéreo novo, e não em segunda mão, sublinhando a convicção de que "a vida humana e os prejuízos causados a todos os populares não têm preço". Este movimento reflete um sentimento de urgência e a perceção de que os recursos existentes são insuficientes para a escala da catástrofe. Os pescadores, cuja subsistência está intrinsecamente ligada à natureza, demonstram uma profunda empatia pelas comunidades rurais afetadas e um forte sentido de responsabilidade partilhada.

O apelo foi estendido não só a todos os pescadores do país, mas a toda a comunidade portuguesa, transformando uma ação local num potencial movimento nacional.

A campanha evidencia a capacidade de organização da sociedade civil, que, perante a crise, não aguarda passivamente por soluções institucionais, optando por tomar medidas concretas e proativas.

Este gesto solidário dos homens do mar para com as gentes da terra é um poderoso exemplo de coesão nacional, mostrando que, em tempos de adversidade, a solidariedade pode emergir dos setores mais inesperados da sociedade para enfrentar desafios coletivos.