Este empreendimento, considerado o maior investimento público da história da região, promete transformar o território a nível hídrico, energético e económico.

Após mais de 60 anos de espera, o início das obras da Barragem do Pisão representa um marco histórico para os 15 municípios do Alto Alentejo. Liderado pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), o projeto, agora financiado pelo Orçamento do Estado, viu o seu investimento aumentar para 222 milhões de euros, com um prazo de execução previsto até 2027.

O presidente da CIMAA, Hugo Hilário, classificou a obra como "transformadora", sublinhando que a "união, a unanimidade, a concertação entre os 15 municípios do Alto Alentejo foi (...) a chave mestra para que tudo isto pudesse acontecer". Os benefícios esperados são vastos e estruturantes para uma região que enfrenta desafios demográficos e económicos.

A nova infraestrutura garantirá o abastecimento de água para consumo a oito municípios, a irrigação de 5 mil hectares agrícolas e a produção de energia renovável, prevendo-se que assegure mais de 60% do consumo energético da região. Para Joaquim Diogo, presidente da Câmara do Crato, o projeto representa "a viragem de um paradigma quer em termos agrícolas, quer da pecuária".

A presença do Secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, no arranque dos trabalhos, reforçou a importância nacional do empreendimento, classificando-o como "estruturante e estrutural" e uma das obras "mais importantes que alguma vez foi feita no Alto Alentejo".