Esta distinção reforça a responsabilidade coletiva na preservação de um património natural de valor inestimável para a região e para o país. A decisão, anunciada durante o 37.º encontro do programa Man and the Biosphere em Hangzhou, na China, representa o culminar de um processo iniciado em 2016 e conduzido pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) em conjunto com as câmaras de Palmela, Sesimbra e Setúbal e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). A candidatura foi elogiada como “muito bem documentada”, sublinhando os valores únicos do território, que alberga mais de 1400 espécies vegetais, representando 40% da flora portuguesa, e uma fauna diversificada com 200 espécies de vertebrados e mais de 2000 espécies marinhas, incluindo os golfinhos-roaz. A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, considerou a distinção um “justo reconhecimento da riqueza ambiental e cultural da Arrábida e uma responsabilidade acrescida para todos os que cuidam dela”.

Este estatuto visa afirmar a Arrábida como um “laboratório vivo de sustentabilidade”, promovendo o equilíbrio entre as atividades económicas, como a pesca artesanal e a produção do Moscatel de Setúbal, e a conservação dos ecossistemas.

Para André Martins, presidente da AMRS, o reconhecimento é “essencial para a proteção e valorização da serra, não apenas do ponto de vista ambiental, mas também económico e paisagístico”.

A Arrábida torna-se assim a 13.ª área portuguesa a integrar esta prestigiada rede mundial.