Esta iniciativa icónica destaca-se como um exemplo notável de conservação ambiental e espírito comunitário na região. Esta campanha de longa data é uma história de sucesso de ciência cidadã e proteção ambiental nos Açores, abordando a ameaça específica que a iluminação artificial representa para os cagarros juvenis durante os seus primeiros voos.
As aves, desorientadas pelas luzes, caem em zonas perigosas como estradas. O sucesso da campanha é quantificado: mais de 100.000 aves salvas desde 1995, com números anuais variáveis, como os 1.800 resgates em 2012 ou os quase 6.400 em 2024.
O diretor regional de Políticas Marítimas, Rui Martins, destaca o envolvimento cívico, afirmando que é "uma conjugação de esforços entre o Parque Natural, os cidadãos comuns e as associações cívicas". Iniciada pelo cientista Luís Monteiro, a campanha possui uma estrutura robusta com uma linha telefónica de apoio (800 292 800) e 74 postos de recolha, os chamados "hotéis do cagarro", espalhados pelo arquipélago.
O processo é simples: os cidadãos resgatam as aves, colocam-nas em caixas apropriadas e podem libertá-las na manhã seguinte ou entregá-las num ponto de recolha.
A longevidade da campanha e a elevada participação pública demonstram uma consciência ambiental profundamente enraizada na comunidade açoriana, transformando um desafio de conservação num esforço coletivo anual do qual a população se orgulha, protegendo uma espécie que o diretor regional descreve como uma "ave icónica a nível regional, porque 75% nidifica nos Açores".













