A análise da intervenção de D. Pedro Fernandes revela uma visão pastoral profundamente alinhada com os desafios contemporâneos, num território marcado pela interioridade e por carências crónicas.
Ao dirigir-se diretamente “aos migrantes, aos membros de comunidades minoritárias, aos portadores de deficiência, aos reclusos, aos solitários, aos doentes e idosos”, o novo bispo não só reconheceu a existência de múltiplas formas de marginalização, como se comprometeu a fazer da Igreja “a sua casa”. A sua oposição declarada a “todas as formas de intolerância e a exclusão injusta” e aos “discursos de ódio ou pela indiferença que mata” posiciona-o como uma voz ativa na defesa da dignidade humana. A adoção dos quatro verbos sublinhados pelo Papa Francisco — “acolher, proteger, promover e integrar” — como pilares da sua ação pastoral, demonstra uma sintonia com as preocupações centrais da Igreja universal. A sua mensagem adquire particular relevância ao reconhecer a “injusta redução para uma periférica situação de interioridade secundarizada” que afeta a população da diocese, ligando a missão da Igreja à “causa da igualdade e da justiça”.
Ao apelar à juventude e ao expressar o desejo de “resistir a todas as formas de falsidade que destroem a família”, D. Pedro Fernandes delineou um programa pastoral que procura conciliar a doutrina com uma intervenção social ativa e compassiva, estabelecendo um diálogo necessário entre a fé e as realidades concretas do território.














